Risco de Suicídio: Mais frequente às Segundas e no Ano-Novo

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Risco de Suicídio: Por que é mais frequente às Segundas-Feiras e no Ano-Novo? 

 

O suicídio é uma questão complexa de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Estima-se que cerca de 703 mil pessoas morram por suicídio a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da influência de fatores individuais, sociais e culturais, alguns estudos indicam que certos períodos, como segundas-feiras e o Ano-Novo, apresentam maior incidência de suicídios. Compreender essas variações é crucial para intervenções preventivas mais eficazes.

 

O que é o suicídio e por que aumenta em certos dias? 

 

O suicídio é definido como o ato intencional de tirar a própria vida. Ele é frequentemente associado a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, bem como a fatores sociais, económicos e culturais. A ocorrência de suicídios às segundas-feiras pode estar relacionada ao retorno às responsabilidades da semana, como trabalho ou estudos, o que aumenta os níveis de stress em pessoas vulneráveis.

 

O Ano-Novo, por outro lado, é um momento de reflexão que pode amplificar sentimentos de fracasso, solidão e desespero. As expetativas associadas ao início de um novo ciclo podem gerar pressões emocionais significativas, especialmente em indivíduos que enfrentam dificuldades financeiras, relacionais ou de saúde mental.

Curiosamente, feriados como o Natal e fins de semana parecem ter um efeito protetor contra o suicídio, possivelmente devido à maior conexão social nesses períodos.

Esta tendência reflete um padrão global identificado em países como Coreia do Sul, Japão, África do Sul e Estónia, onde se observam as maiores taxas.

 

Contudo, essa tendência não é universal; em países como o Brasil, observa-se aumento das taxas de suicídio mesmo em feriados, no Natal ou nos fins de semana.

 

Estatísticas Relevantes sobre o suicídio 

 

Um estudo abrangente publicado no Journal of Affective Disorders analisou dados de 1,7 milhão de suicídios em 26 países entre 1971 e 2019.

 

Os resultados identificaram:

 

Picos semanais: Segundas-feiras apresentaram as maiores taxas de suicídio em diversas regiões.

 

Eventos sazonais: O Ano-Novo foi consistentemente associado a um aumento nos casos de suicídio.

 

Este padrão foi observado em diversas culturas e contextos, reforçando a ideia de que as condições sociais e emocionais específicas destes períodos desempenham um papel significativo.

 

Além disso, segundo a OMS, para cada suicídio consumado, existem cerca de 20 tentativas. Esses números destacam a urgência de estratégias preventivas eficazes e acessíveis.

 

Fatores de risco e grupos vulneráveis 

 

Embora o suicídio possa afetar qualquer pessoa, certos grupos apresentam maior vulnerabilidade:

  • Pessoas com transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia;
  • Indivíduos em situação de desemprego, isolamento social ou crises pessoais (como luto ou divórcio);
  • Vítimas de violência ou discriminação;
  • Adolescentes e idosos, especialmente aqueles com acesso a meios que permitem a consumação do suicídio;
  • Fatores adicionais incluem abuso de substâncias, histórico familiar de suicídio e falta de suporte social.

 

Como identificar e prevenir o suicídio? 

 

A prevenção requer uma abordagem integrada que envolva a sociedade como um todo. Algumas estratégias incluem:

  • Educação: Sensibilizar o público sobre os sinais de alerta, como alterações de humor, isolamento e comportamentos autodestrutivos.
  • Apoio psicológico: Garantir que serviços de saúde mental sejam acessíveis e adequados às necessidades da população.
  • Controlo dos meios letais: Limitar o acesso a meios frequentemente usados em suicídios, como armas de fogo, pesticidas outros métodos comuns de suicídio.
  • Campanhas comunitárias: Promover iniciativas que reduzam o estigma associado à saúde mental e incentivem o apoio mútuo.
  •  

Se conhece alguém que apresenta sinais de risco, é importante agir rapidamente. Ouvir sem julgamento e encaminhar a pessoa para um profissional de saúde.

 

Impacto social e a importância do apoio 

 

O suicídio é uma tragédia que ultrapassa a esfera pessoal, causando repercussões profundas nas famílias, nos amigos e nas comunidades. A dor e o luto pelos que ficam para trás podem ser avassaladores, muitas vezes acompanhados de sentimentos de culpa, incompreensão e isolamento. Além disso, o impacto psicológico do suicídio pode perpetuar-se ao longo de gerações, especialmente em contextos familiares.

 

Do ponto de vista económico, o suicídio também gera custos significativos. As despesas associadas a serviços médicos de emergência, investigações policiais e processos judiciais, bem como a perda de produtividade resultante da morte de uma pessoa em idade ativa, afetam tanto as famílias quanto a sociedade em geral.

 

Em conclusão, a identificação de padrões sazonais no risco de suicídio, como o aumento às segundas-feiras e no Ano Novo, oferece uma oportunidade para intervenções mais direcionadas. Através da educação, do suporte comunitário e da melhoria dos serviços de saúde mental, podemos reduzir significativamente o impacto devastador do suicídio.

 

Se conhece alguém que está em risco, procure ajuda. Lembre-se, na CLIVIP estamos disponíveis para o ajudar!

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